Violencia em relacionamentos de namoro entre adolescentes no Brasil e em Honduras: Resumo executivo

Data
Sep 2017
EDITOR
Alemann, Clara;Bustelo, Monserrat
Fortes evidências mostram que a violência em relacionamentos de namoro entre adolescentes pode levar à violência entre parceiros/as íntimos/as (VPI) na vida adulta. Porém, as pesquisas e intervenções que abordam a violência entre adolescentes são limitadas em comparação àquelas focadas em VPI na fase adulta, e são especialmente escassas nos países da América Latina e no Caribe. Consequentemente, as políticas e programas da região carecem de oportunidades significativas para promover relações não violentas ao longo da vida. Em 2015, Promundo e Banco Interamericano de Desenvolvimento realizaram uma pesquisa qualitativa para examinar fatores de risco e proteção referentes à VPI na adolescência em contextos urbanos e rurais no Brasil e em Honduras. As equipes conduziram grupos focais e um total de 147 entrevistas em profundidade com meninas/mulheres jovens e meninos/homens jovens entre 14 e 24 anos. Os resultados sublinham que os adolescentes geralmente reconheceram a violência física como tal, mas com frequência não identificaram nem problematizaram uma série de comportamentos violentos que foram comuns por toda a pesquisa. Normas de gênero rígidas e desiguais em torno da sexualidade também podem influenciar a violência sexual e outras formas de violência. As normas também desestimulam a intervenção nos assuntos dos casais e a busca por ajuda. A violência recíproca, por exemplo, a prática de VPI por ambos os integrantes do casal, foi especialmente frequente entre adolescentes no contexto urbano brasileiro. Contudo, é mais provável que as meninas sejam vítimas de VPI física e sexual. Com base nos resultados da pesquisa, são oferecidas estratégias para programas.