Comércio internacional, formação profissional e recolocação da mão de obra: Uma experiência brasileira

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Data
Oct 2019
A despeito da substancial literatura avaliando o impacto de políticas ativas para o mercado de trabalho como, por exemplo, a formação profissional, há relativamente poucos estudos dedicados a examinar como essas políticas afetam os trabalhadores deslocados pelo comércio internacional. Os poucos estudos sobre formação e ajustes de mão de obra relacionados com o comércio internacional concentram-se no impacto de programas de assistência específicos. A maioria dos países, no entanto, não dispõe de programas de assistência desencadeados por eventos ligados ao comércio internacional. Suas políticas de mercado de trabalho, ao contrário, são motivadas por razes alheias ao comércio. Neste estudo, os autores empregam dados detalhados sobre históricos de emprego de trabalhadores e atividades de formação para avaliar o impacto de um programa de formação industrial no Brasil, em trabalhadores deslocados da indústria. O estudo conclui que a formação industrial aumenta a probabilidade de reinserção no mercado formal de trabalho em cerca de 13,2 pontos percentuais (o equivalente a 30%), um ano após o deslocamento, e é eficaz para trabalhadores deslocados de setores com alta exposição à concorrência de importações. Esse efeito é explicado por trabalhadores que mudam de setor e ocupação após a formação. Os autores também constatam que, nos dois anos posteriores ao deslocamento, a formação tem efeitos positivos na duração no emprego e nos salários.